José Luís NETO (n. 1966)
Fotógrafo, expõe com regularidade e está presente em importantes colecções nacionais e estrangeiras. Em 2005 venceu o Prémio BES-Photo.
Se para Barthes a essência da fotografia residia no "ça a été", numa emanação luminosa e geométrica a partir de um "referente" de que a fotografia constituiria o certificado de presença, então o trabalho de José Luís Neto situar-se-ia para além deste âmbito artístico. No entanto Neto domina o processo fotográfico, tendo realizado numerosos trabalhos com químiogramas, trabalhos incidindo exclusivamente sobre os dispositivos técnicos próprios da fotografia e fotografia de apropriação, em alguns casos sobre suportes ou imagens objecto das mais diversas transformações e/ou sujeitando-as a transformações ulteriores tais que a imagem acaba por não validar quaisquer "referentes", antes destabilizando-a e abrindo-a a redes tão densas como abrangentes de relações com outras imagens e referentes culturais. Em 2006 expôs a série "High Speed Press Plate", constituída por imagens obtidas a partir de chapas de vidro esquecidas e degradadas, e sobre as quais o público viu (projectou) os mais surpreendentes mundos. Desde há três anos a esta parte que trabalha na série "July 1984", a partir de fotos amadoras abandonadas e sujeitas aos mais diversos processos de degradação / transformação (calor, humidade, etc). A série "July 1984" é "assombrada" por parte significativa da cultura visual do século XX, de Richter e Twombly à cultura pop e psicadélica, entre outros, além de aspectos da cultura arquitectónica, cinematográfica e o mundo da fotografia amadora.
(JFF, VS, rIHA)
[pt] [en] [fr] [de]
Fotógrafo, expõe com regularidade e está presente em importantes colecções nacionais e estrangeiras. Em 2005 venceu o Prémio BES-Photo.
Se para Barthes a essência da fotografia residia no "ça a été", numa emanação luminosa e geométrica a partir de um "referente" de que a fotografia constituiria o certificado de presença, então o trabalho de José Luís Neto situar-se-ia para além deste âmbito artístico. No entanto Neto domina o processo fotográfico, tendo realizado numerosos trabalhos com químiogramas, trabalhos incidindo exclusivamente sobre os dispositivos técnicos próprios da fotografia e fotografia de apropriação, em alguns casos sobre suportes ou imagens objecto das mais diversas transformações e/ou sujeitando-as a transformações ulteriores tais que a imagem acaba por não validar quaisquer "referentes", antes destabilizando-a e abrindo-a a redes tão densas como abrangentes de relações com outras imagens e referentes culturais. Em 2006 expôs a série "High Speed Press Plate", constituída por imagens obtidas a partir de chapas de vidro esquecidas e degradadas, e sobre as quais o público viu (projectou) os mais surpreendentes mundos. Desde há três anos a esta parte que trabalha na série "July 1984", a partir de fotos amadoras abandonadas e sujeitas aos mais diversos processos de degradação / transformação (calor, humidade, etc). A série "July 1984" é "assombrada" por parte significativa da cultura visual do século XX, de Richter e Twombly à cultura pop e psicadélica, entre outros, além de aspectos da cultura arquitectónica, cinematográfica e o mundo da fotografia amadora.
(JFF, VS, rIHA)
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José Luís NETO, "Caderno de imagens"
De vez em quando aparece um livro que muda radicalmente a noção do que é, realmente, a fotografia. É o caso da mais recente produção de José Luís Neto: um objecto com capa de papel pardo, folhas agrafadas, paginação intrigante mas primorosamente impresso, conhecido deceptivamente por "Caderno". [...] Ao invés daqueles artistas que dizem usar a fotografia como suporte, Neto usa inteligentemente o suporte como fotografia (recensão por Jorge Calado, in Expresso / Atual, 13.10.2012).
José Luís NETO, "Caderno de imagens"
A pertinência desta edição é incontornável, porque traz o corpo de trabalho de um artista para o centro de debate sobre a imagem, as suas teorias e práticas. Um corpo de trabalho que tem a característica de ser singular no modo como [...] constitui uma firme posição no contexto da fotografia contemporânea [...] recusando as suas convenções e os protocolos mais correntes e, sobretudo, porque se afasta e perturba a relação essencial da fotografia com um objecto. [...] A visibilidade proporcionada pela obra de arte [...] não é uma força de representação, [...] mas uma instância de aparição: uma força que cria a visibilidade (recensão por Nuno Crespo, in Público / ípsilon, 10.8.2012).
José Luís NETO, Exposição + "Caderno de imagens", recensão por Maria Beatriz Marquilhas, in www.artecapital.net, 30.5.2012.